FAPEAM, SEBRAE e a Na’kau do Artur Bicelli

Opinião/Informação:

Lembro-me do dia em que conversei com Artur Coimbra durante a feira da REMA, quando ainda era realizada na SFA/AM. Um jovem determinado, cuja trajetória acompanho à distância, sempre torcendo pelo seu sucesso. Fico feliz ao saber do valor justo que paga pela amêndoa de cacau aos produtores ligados à sua empresa, a Na’kau. Mais uma vez, vejo a FAPEAM e o SEBRAE engajados em atividades voltadas para o agro familiar e empresarial. Esse é o caminho certo!

THOMAZ RURAL

https://www.fapeam.am.gov.br/com-apoio-do-governo-do-amazonas-empresa-desenvolve-chocolate-amazonico-com-impacto-socioambiental

Fortalecer a bioeconomia local ao criar oportunidades de emprego e promover a qualidade de vida dos povos amazônicos, respeitando os diferentes aspectos da identidade cultural destes, bem como a preservação dos conhecimentos tradicionais e da própria floresta, é o que propõe a startup Na Floresta – Alimentos Amazônicos.

Com o projeto “Na’kau – Em busca da sustentabilidade através de relações éticas, conservação da floresta e a valorização de produtos e pessoas amazônicas”, fomentado pelo Programa Inova Amazônia – Módulo Tração, edital Nº 001/2023, com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o empreendimento tem como propósito colocar em prática ações de impacto socioambiental que sejam positivas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A missão da startup é estabelecer uma parceria justa e contínua com famílias ribeirinhas manejadoras do cacau selvagem de várzea, que pode ser encontrado nas calhas dos rios Madeira e Amazonas.

Artur Bicelli Coimbra, coordenador do projeto, é mestre em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Ele defende que é importante que a cadeia produtiva do cacau seja melhor estruturada e que o mercado valorize os agricultores familiares que produzem essa matéria-prima, com remuneração financeira justa.

Cultivado por famílias ribeirinhas, o Cacau Selvagem possui qualidade e sabor únicos devido às condições do solo e do clima da região amazônica, que influenciam diretamente no plantio, que é realizado de forma tradicional por meio de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

O coordenador destaca também o alto potencial da cacauicultura e explica que os produtos da empresa são frutos de pesquisas e que a forma de produção se dá em harmonia com a natureza. Para que o processo de cultivo não agrida o meio ambiente, é necessário o uso consciente da tecnologia.

“É importantíssimo que a gente obtenha novas tecnologias para tornar a indústria competitiva, pensando em produtos alimentícios inovadores para oferecer ao mundo”, pontuou Artur Bicelli.

Parcerias

Atualmente, diversas famílias têm sido beneficiadas com novas opções de geração de renda nos municípios de Manicoré (distante a 332 km da capital), Novo Aripuanã (a 227 km), Borba (a 151 km), Nova Olinda do Norte (a 135 km), Urucurituba (a 208 km), Autazes (a 113 km), Codajás (a 240 km), Coari (a 363 km), Tefé (a 523 km), Tabatinga (a 1.108 km), Atalaia do Norte (a 1.138 km), Eirunepé (a 1.160 km) e Envira (a 1.208 km).

Segundo o fundador da Na’kau, Artur Bicelli, o quilo das amêndoas de cacau tem sido vendido pelos ribeirinhos à startup por uma quantia 120% acima do preço de mercado. Ações de conscientização são oferecidas aos produtores, como treinamentos específicos, investimento em equipamentos e assessoria técnica.

“Hoje, atuamos com mais de 300 famílias no estado do Amazonas, conservando mais de 200 mil hectares de floresta. A gente vem contribuindo consideravelmente para a organização social dessas famílias em comunidades, e para o entendimento delas sobre os negócios e o papel que possuem na conservação”, comentou.

A longo prazo, a expectativa é de que seja possível desenvolver cada vez mais produtos baseados em estudos que envolvam a socioeconomia, uma oportunidade para os produtos amazônicos que são inovadores e de grande possibilidade de crescimento. A startup já exporta para vários países, e tem uma taxa de crescimento ao ano de 45%.

O pesquisador considera que a análise sensorial do cacau e o contato direto com os cacauicultores de várzea durante o processo de cultivo são fundamentais para a coleta de informações a respeito da matéria-prima e para entender quais os melhores caminhos para a conservação da floresta.

Acervo da Na’kau Chocolate Amazônico_3

Apoio da Fapeam

“O apoio da Fapeam foi importante para que pudéssemos melhorar vários aspectos do projeto. É importante que a gente consiga fazer outras captações frente à Fapeam para potencializar ainda mais esse projeto que é pioneiro no nosso estado”, comentou.

Inova Amazônia

O programa Inova Amazônia – Módulo Tração tem o objetivo de fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia e que tenham como premissa a preservação e uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma Amazônia.

Por: Kevin Moraes / Decon Fapeam

Fotos: Acervo da Na’kau Chocolate Amazônico

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