Opinião/Informação:
Finalmente, um assessor direto do governador Wilson Lima acordou para o que venho comentando há bastante tempo. Estou falando do artigo de Marcellus Campelo, publicado hoje no site CENARIUM (link abaixo), onde ele compara o tratamento dado aos incêndios florestais em outros países com os que ocorrem em nossa região.
Gostaria de acrescentar algo ao que Marcellus pontuou: o problema nunca foi a falta de recursos no nosso Estado, mas sim como o dinheiro é usado, onde é aplicado, quanto é gasto e qual o retorno gerado. Bilhões foram destinados a ONGs ambientalistas – recomendo a leitura do relatório final da CPI sobre ONGs, realizado no Senado Federal – e esses recursos simplesmente ficaram pelo meio do caminho.
Essas ONGs jogam de acordo com os interesses de países que também sofrem com incêndios florestais, mas que só levantam a voz quando algo acontece no Amazonas. Um exemplo emblemático é a ONG FAS, criada durante os governos Eduardo Braga e Omar Aziz. Essa organização já recebeu mais de meio bilhão de reais e trava obras como a BR-319, além de participar de “observatórios” que impedem o desenvolvimento sustentável de inúmeras atividades no Estado.
A FAS, desde sua criação, vem ocupando a SEMA há mais de uma década. E mesmo assim, nem conseguimos implementar o nosso Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), que deveria ser uma política ambiental básica para o Amazonas. Fiquei três meses no governo Wilson Lima para tocar o ZEE pra frente, mas fui ignorado. Nem mesmo as determinações diretas do governador são atendidas.
Após a pandemia, a mesma FAS chegou ao cúmulo de divulgar banners sugerindo que “a próxima pandemia poderia começar por aqui”. O banner tá lá no site deles. Um absurdo! Enquanto isso, temos febre amarela em São Paulo, crises respiratórias se agravando na China, e essas ONGs seguem em silêncio. No fundo, essas entidades ambientalistas jogam contra o povo do Amazonas, e, mesmo assim, o Estado mantém gestores vindos de outros estados, como cariocas e mineiros ligados à FAS, no comando da SEMA.
Esses gestores podem até ser bons em captar recursos, mas a aplicação é desastrosa. O resultado disso é que nosso Estado já alcançou 66% de sua população em situação de fome. Há recursos, mas eles não chegam às mãos de quem realmente preserva o verde e vive na pobreza extrema.
Por exemplo, acompanhe a investigação que ainda está em andamento no TCE/MPC sobre os R$ 75 milhões de um banco alemão que foram destinados à FAS, quando deveriam ter ido para o IDAM. É inaceitável! O dinheiro está indo para à FAS para depois voltar ao Estado. Que lógica é essa?
Enquanto isso, continuamos sem ZEE, sem crédito de carbono, sem REDD+, sem concessão florestal e sem ações concretas. Tudo se resume a discursos, viagens e muita enrolação. Estive nesse meio por muitos anos e sei do que estou falando.
Por fim, se tiver tempo, convido você a acessar meu blog Thomaz Rural para acompanhar mais detalhes. Já deu! O Amazonas precisa de soluções reais, e não de promessas vazias.
THOMAZ RURAL