Opinião/Informação:
Se a situação já está assim antes da COP-30, imagino o trabalho que a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) terão depois do evento. Pelo que se observa, há fortes indícios de que o jogo político está por trás de muitos desses investimentos.
Enquanto isso, o caboclo da Amazônia segue esperando pelo tão prometido “futuro”, enquanto é travado por doutores em clima e ambiente que, na prática, mais idolatram os países poluidores em troca de aportes financeiros que nos limitam e nos impedem de alcançar nosso próprio desenvolvimento.
O Governo Federal está direcionando bilhões para infraestrutura no Pará, como parte dos preparativos para a COP-30. Claro, investimentos em infraestrutura são necessários, mas o contraste é gritante quando olhamos para o homem que vive na Amazônia. No passado, o Amazonas recebeu grandes aportes para projetos como a Arena da Amazônia, a Ponte Rio Negro e o Gasoduto. No entanto, esses investimentos, embora grandiosos, pouco impactaram de forma estrutural a vida dos pequenos produtores rurais e das comunidades do interior.
E o que acontece? Os grandes problemas continuam sendo empurrados para frente. Falta regularização fundiária, infraestrutura de transporte e apoio ao produtor. Avançamos para eventos grandiosos, mas as reais necessidades do povo, especialmente dos que vivem e preservam o interior, são esquecidas.
É frustrante pensar que, enquanto o Amazonas mantém sua floresta em pé, preservando o verde que o mundo tanto admira, o caboclo vive na miséria, sem acesso a crédito, sem estradas, sem assistência técnica adequada e com as políticas públicas não chegando na ponta. Caminhamos para a COP-30, mas se nada mudar, podemos chegar à COP-1000 e os entraves permanecerão os mesmos.
Precisamos, urgentemente, de um modelo de desenvolvimento que reconheça o valor real do caboclo e da floresta. Não podemos mais aceitar que decisões sejam tomadas em favor de agendas internacionais ou interesses políticos, enquanto nosso povo continua esperando pela promessa de um futuro que nunca chega.
THOMAZ RURAL