E agora?

Opinião/Informação:

O futuro do IPAAM (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) é incerto, mas diante dos últimos acontecimentos, mudanças parecem inevitáveis. Não cabe aqui emitir julgamentos, pois há órgãos competentes para tal. Contudo, é inegável que a gestão do IPAAM tem deixado a desejar no atendimento ao produtor rural, que enfrenta dificuldades crescentes. O cenário também não é favorável em outros órgãos: a ADS está distante das reais necessidades do pequeno produtor, a SEMA só fica no discurso futurístico, nem ZEE fez, e a AFEAM não tem facilitado o acesso do pequeno produtor ao crédito rural.

O caso recente envolvendo o IPAAM está diretamente relacionado ao crédito de carbono, uma política amplamente divulgada pela SEMA mundo afora. No entanto, à luz das informações publicadas na operação da PF, é possível concluir que o tema tem sido mais um reflexo da ineficiência da gestão ambiental desde 2019. Um exemplo dessa ineficiência é a ausência de avanços no Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), uma ferramenta essencial para equilibrar preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.

Vale ressaltar que a SEMA há mais de uma década tem sido dirigida por gestores ligados à ONG FAS (Fundação Amazonas Sustentável), cuja relação com o órgão é alvo de investigações pelo Ministério Público de Contas (MPC). Durante esse período, iniciativas como o Bolsa Floresta — um programa criado para beneficiar quem preserva a floresta — têm sofrido atrasos frequentes, revelando a desconexão entre gestão pública e as reais demandas da população.

Governos sucessivos, seja de Eduardo Braga, Omar Aziz ou Wilson Lima, falharam em promover mudanças efetivas na condução da política ambiental no estado. O Wilson ainda tem 2 anos. É difícil para o caboclo amazônida, que preserva o verde e sustenta as cadeias produtivas, continuar acreditando em promessas de um futuro que nunca se concretiza. Talvez seja o momento de colocar um amazonense, formado em instituições locais como UFAM ou UEA, para liderar a SEMA e dar prioridade às necessidades reais da população e à gestão eficiente dos recursos naturais.

O povo do Amazonas merece uma política ambiental que una preservação e desenvolvimento, com resultados concretos que beneficiem quem mantém a floresta em pé e depende dela para viver.

THOMAZ RURAL

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