Opinião/Informação:
O maior entrave ao desenvolvimento do Brasil é, sem dúvida, a corrupção. Em níveis alarmantes, pode ser descrita como um “câncer” que corrói recursos públicos e compromete a capacidade do país de atender às necessidades básicas da população. A gravidade do problema é evidenciada pelas constantes operações da Polícia Federal, que revelam esquemas ilícitos em todos os Estados e nos mais diversos setores da administração pública.
Entretanto, as medidas de contenção financeira frequentemente recaem sobre os mais vulneráveis – a população de baixa renda e a classe média –, enquanto as estruturas que sustentam a corrupção permanecem intocadas. Esse desvio crônico de recursos públicos, muitas vezes destinado a esquemas fraudulentos, não apenas priva os cofres públicos de fundos vitais, mas também causa mortes nos hospitais pela falta de atendimento, prejudica o ensino público e fomenta a escalada da violência devido à ausência de políticas efetivas de segurança e inclusão social.
Estudos e relatórios corroboram essa percepção. Segundo o Relatório do Fórum Econômico Mundial, o Brasil frequentemente figura entre os países com maior percepção de corrupção, sendo que a má gestão e os desvios prejudicam severamente os investimentos em infraestrutura básica, saúde e educação. Além disso, a Transparência Internacional, em seu Índice de Percepção da Corrupção, constantemente alerta sobre o impacto sistêmico desse problema no desenvolvimento humano e na economia.
Como bem exemplificado nas artes do cartunista e jornalista Myrria, do jornal A Crítica, a corrupção no Brasil transcende o desvio de dinheiro; ela é um obstáculo ao progresso, exigindo não apenas indignação, mas também ações concretas e coletivas para combatê-la. A verdadeira mudança ocorrerá quando o combate à corrupção deixar de ser pontual e se tornar uma prioridade política e social.
THOMAZ RURAL