Opinião/Informação:
Essa notícia aumentou ainda mais minha preocupação com o futuro do Amazonas e da nossa região. Além de trazer muitas dúvidas, ela expõe a falta de coerência e atenção com questões cruciais. Enquanto o pequeno produtor rural enfrenta uma burocracia imensa para plantar macaxeira, acessar crédito rural, obter licença ambiental ou ter o CAR analisado, vemos uma celeridade impressionante na autorização para explorar nossos recursos minerais, entregues a empresas estrangeiras, no caso, a China. Isso é um golpe duro contra nossa soberania. Por que apenas o senador Plínio Valério se posiciona e questiona? Onde estão as ONGs, tão vocalmente ativas em outras ocasiões? E os especialistas em clima e meio ambiente? Onde está a militância do PT, que frequentemente apoia a ministra Marina Silva? Por que os órgãos de controle não exigem uma consulta pública nesse caso? O silêncio é ensurdecedor. E o governo do Amazonas, qual sua posição? A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) se manifesta? E os 24 deputados estaduais, eleitos para defender os interesses da população? Onde está a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM)? E os outros dois senadores e os oito deputados federais que deveriam nos representar? A ausência de respostas e debates sobre o tema reforça a sensação de descaso e negligência com o futuro ambiental e econômico do Amazonas. Essa situação escancara um contraste inaceitável entre o rigor aplicado ao pequeno produtor e a aparente facilidade com que recursos estratégicos são disponibilizados para exploração por empresas estrangeiras. É fundamental que todas essas perguntas sejam respondidas e que a sociedade civil, as instituições e os nossos representantes assumam suas responsabilidades, protegendo a soberania e o futuro sustentável da nossa região.
Abaixo, tem vídeo do senador Plínio Valério e matéria de OGLOBO
THOMAZ RURAL
BRASÍLIA. Sob a orientação de pareceres técnicos do corpo de consultores do Senado, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) anunciou hoje que buscará todos os caminhos jurídicos para impedir que o governo da China avance na exploração da reserva de urânio no município de Presidente Figueiredo (AM), comprada essa semana pela estatal chinesa China Nonferrous Trade (CNT), por R$ 2 bilhões. As primeiras contestações estão sendo feitas em ofícios aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF, já que, pela constituição, a União tem o monopólio da exploração de urânio em solo brasileiro, através da Indústrias Nucleares Brasileira (INB). Plínio quer a garantia de que o monopólio estatal brasileiro seja respeitado e os chineses sejam terminantemente desautorizados de explorar o minério, fundamental para a fabricação de armas nucleares. Nos ofícios que serão encaminhados aos procuradores Fernando Merloto, Daniel Dalberto e Eduardo de Jesus, Plínio cobra explicação porque nesse caso da operação quase secreta de duas empresas estrangeiras ferindo a soberania nacional, o MPF não teve o mesmo zelo que teve ao proibir a exploração de potássio em Autazes (AM) e gás em Silves(AM). Isso porque, na região da mina adquirida pelos chineses em Presidente Figueiredo, também habitam indígenas que teoricamente teriam que ser consultados. Ele destacou a contradição de permitir essa transação enquanto a exploração de recursos como potássio, em Autazes, e gás natural, em Silves, enfrenta restrições significativas no Brasil e também pelo fato de a exploração de urânio ser monopólio do Estado. Para o senador, a venda de uma reserva estratégica para a indústria bélica e o setor de usinas nucleares, sem maiores impedimentos, levanta questões de soberania e controle nacional sobre recursos naturais sensíveis. _ Todos nós sabemos que a exploração do urânio é monopólio estatal e foi criada uma empresa para essa finalidade. O que me assusta é que o Ministério Público Federal não sabe, a Funai não sabe, o Ibama não sabe, e agora os chineses vão explorar urânio no Brasil. Não existe bomba atômica sem urânio, que é usado em muitas outras coisas. Isso é uma agressão à nossa soberania. Vamos levar essa denúncia adiante, e não vai parar por aqui. Vamos entrar com uma ação, especialmente no MPF, que é tão rápido para impedir a exploração de gás e potássio, mas parece ter ignorado a venda de uma reserva estratégica de urânio para os chineses _ afirmou o senador Plínio Valério. Segundo o jornal o Globo, o site de notícias BNC Amazonas e outras publicações de alcance nacional, a venda da reserva de Urânio á China pela empresa peruana Minsur S.A, controladora da brasileira Mineração Taboca. Plínio chama a atenção para o que não considera uma “coincidência”: a China derrubou uma montanha no Peru para construir o mega porto de Chancay, inaugurou a obra há algumas semanas e agora, durante a passagem do presidente da China Xi Jinping, se anuncia a venda dessa reserva de urânio em uma região super protegida, justamente na rota do embarque no país vizinho para o Mundo.
Nada parece por acaso disse Plínio.