Opinião/Informação:
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) volta a destacar a ausência de “consulta pública prévia” aos povos indígenas e comunidades tradicionais nas áreas impactadas pela BR-319. Sempre tive, e continuo tendo, grande respeito pelo MPF-AM, reconhecendo sua seriedade. Assim, parto do princípio de que suas observações são fundamentadas e convido à reflexão:
Por que as ONGs ambientalistas bilionárias, que frequentemente levantam questionamentos para travar a BR-319, nunca investem em realizar essas consultas? Essa omissão não é recente; já dura décadas. Mesmo no Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), onde há clara necessidade de financiamento, elas não aplicam recursos.
O MPF-AM, ciente dos milhões que essas ONGs recebem, também poderia questionar: o que elas fizeram com tanto dinheiro? Por que nunca priorizaram a realização dessas consultas públicas, exigidas por lei? Afinal, são recursos para melhorar a vida de povos indígenas e comunidades tradicionais. Pergunto: a vida desses povos melhorou? A resposta parece simples: manter o povo do Amazonas isolado, empobrecido e vulnerável garante o conforto e a qualidade de vida de quem vive na Europa e nos Estados Unidos.
A área ambiental do Amazonas, liderada pela SEMA, cujo gestor veio da ONG FAS, demonstra uma incompetência preocupante. Parece alheia a assuntos fundamentais como o ZEE e os impactos relacionados à BR-319. Agora, segundo o MPF-AM, é necessário realizar consultas de alto custo às comunidades indígenas e tradicionais. Enquanto isso, a SUFRAMA destina mais de R$ 150 milhões para o PPBio, administrado pela ONG IDESAM, que certamente está comemorando, junto com FAS e SEMA, essa decisão do MPF-AM.
O que têm a dizer os participantes da recente reunião com o presidente Lula sobre a BR-319? Será que também estão celebrando e jogando toda a responsabilidade no MPF-AM? Estranhamente, vi dois senadores e ex-governadores presentes na reunião que permanecem em silêncio sobre as ações dessas ONGs, como a FAS e o IDESAM no Amazonas. Só querem culpar a Marina, esquecendo que ela ficou 15 anos fora do poder. Por quê?
Enquanto muitos comemoram a decisão do MPF-AM, lamento pelo povo do Amazonas. Pelos cidadãos que não têm condições de pagar por voos da GOL, LATAM ou AZUL para se locomover. Pelas nossas indústrias do PIM/ZFM, que enfrentam custos elevados devido à falta de uma estrada funcional. Pelo setor agropecuário, que vê os preços dos insumos dispararem, e pelos consumidores, que sentem no bolso o aumento nos preços dos produtos nas prateleiras, com a carne sendo um exemplo gritante. O comércio também sofre, arcando com custos logísticos elevados devido às péssimas condições da BR-319.
As indústrias do PIM/ZFM não podem aceitar que recursos significativos fiquem nas mãos da ONG IDESAM que joga contra o PIM/ZFM. É inadmissível que o governador Wilson Lima permita que FAS e SEMA comandem os milhões de reais que estão chegando ao estado. É hora de uma gestão mais responsável e comprometida da área ambiental com os reais interesses do Amazonas e de sua população.
THOMAZ RURAL
