Opinião/Informação:
A BBC News e a Exame trouxeram, neste sábado, notícias que expõe a falta de eficácia e credibilidade das Conferências das Partes (COP), levantando questões sobre a real intenção desses eventos. Recentemente, o chefe da COP29 foi flagrado em negociações de investimentos em petróleo e gás, o que gera uma percepção de incoerência com os objetivos climáticos. Ao invés de promover ações efetivas contra a crise climática, esses encontros têm se tornado mais um “evento turístico” para ambientalistas e especialistas, um palco para discursos que raramente se traduzem em impacto concreto. Em 2025, a COP30 será sediada em Belém do Pará, e a cidade já está recebendo investimentos bilionários em infraestrutura para receber o evento. No entanto, fica a pergunta: em que esses recursos realmente beneficiarão a população local? Enquanto milhões são aplicados em estruturas temporárias, a realidade de quem vive na Amazônia e enfrenta os impactos diretos do aquecimento global permanece praticamente inalterada. Um exemplo de distanciamento entre os representantes e a população foi a postagem recente do secretário estadual do Meio Ambiente do Amazonas, que publicou nas redes sociais uma foto de seu bilhete de passagem e passaporte, acompanhada da legenda “mais uma COP”. Esse tipo de atitude soa como desrespeito ao povo amazonense, que lida diariamente com a miséria e a fome e os efeitos das políticas ambientais que não deixa um centavo no bolso do guardião da floresta. Para muitos, tal publicação parece uma demonstração de insensibilidade, que reforça a ideia de que as COPs não passam de compromissos vazios, longe da realidade das comunidades que mais precisam de apoio. Recebi de um leitor do blog um print da postagem do secretário da SEMA, que também é ligado à ONG FAS, logo cedo neste sábado, acompanhado de mensagens indignadas, reforçando a sensação de que esses eventos são, para muitos, um espetáculo superficial.
THOMAZ RURAL