Opinião/Informação:
O vídeo recente do Luiz Antônio, da GECRER/IDAM/SEPROR, traz à tona uma medida governamental importante diante das dificuldades que os produtores rurais do Amazonas estão enfrentando devido aos impactos do aquecimento global, em grande parte causado pelas emissões de Europa, Estados Unidos, China e Índia. No entanto, algumas questões fundamentais precisam ser discutidas para que essa medida realmente ajude nossos agricultores sem sobrecarregá-los com custos desnecessários.
Quando o Luiz menciona a necessidade de visitas técnicas, fotos, laudos e deslocamentos de produtores rurais, estamos falando de custos que recaem tanto sobre o IDAM quanto sobre os próprios agricultores. Isso é especialmente problemático quando já temos uma ampla rede de satélites que registra a devastação ambiental, com dados amplamente usados em relatórios de ONGs sobre queimadas e desmatamento. Se essas informações são tão precisas e acessíveis, por que exigir deslocamentos caros para confirmar o que os satélites já mostram? É essencial que essas ONGs, que monitoram de perto áreas como a BR-319, se posicionem a favor dos produtores rurais. Jamais farão, porque querem não querem produção aqui.
Além disso, há uma questão crítica no acesso ao crédito. A maioria dos créditos da AFEAM foi destinada a pescadores, enquanto os agricultores continuam desassistidos. Pior ainda, a exigência recente de que o crédito só seja liberado para propriedades com CAR (Cadastro Ambiental Rural) analisado está travando o acesso ao crédito. Existem mais de 60 mil cadastros aguardando análise na SEMA/IPAAM, um gargalo que impede o avanço da produção rural. A legislação originalmente, no meu entendimento, exige apenas a inscrição no CAR para obtenção de crédito; se houve mudanças, é importante que sejam amplamente divulgadas. Sem crédito, o desenvolvimento agrícola e a segurança alimentar do estado ficam comprometidos.
Outro ponto preocupante é a estrutura do IDAM, que enfrenta enormes desafios em um estado tão vasto quanto o Amazonas. São necessários mais recursos e valorização salarial para os técnicos do IDAM, que recebem cerca de R$ 5 mil, e diretores técnicos ganham em torno de R$ 9 mil. Esses valores são baixos se comparados ao salário de outros setores públicos e não refletem a responsabilidade e a complexidade do trabalho desses profissionais. O IDAM, com presença em todos os municípios, é uma peça-chave para a interiorização do desenvolvimento no Amazonas, mas precisa de apoio e financiamento adequados.
A situação exige ação dos nossos representantes estaduais, que deveriam buscar redirecionar parte dos recursos internacionais destinados à preservação para fortalecer o IDAM. Somente assim poderemos garantir que os técnicos tenham condições de trabalho dignas e que os agricultores possam prosperar diante das mudanças climáticas e das demandas de preservação ambiental.
VEJA, ABAIXO DO VÍDEO, O QUADRO DE FINANCIAMENTO DA AFEAM, SÓ PESCADOR….
THOMAZ RURAL