Opinião/Informação:

É compreensível a importância do auxílio ao pescador artesanal. No entanto, é igualmente injusto que o agricultor do Amazonas, que enfrenta desafios específicos e igualmente árduos, não tenha o mesmo tipo de apoio. O pescador, ao menos, conta com o Seguro Defeso, que assegura uma renda durante o período em que é proibido pescar para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais. Já o agricultor amazonense, além de lidar com as dificuldades climáticas, logísticas e de escoamento de produção típicas da região, fica desamparado em termos de subsídios financeiros. No Amazonas, o programa Garantia-Safra, apesar de existente e implementado no governo Wilson Lima, não oferece o mesmo nível de amparo que um seguro agrícola, deixando o agricultor exposto a riscos climáticos e econômicos. Esse desequilíbrio na assistência governamental é um fator que prejudica o pequeno produtor, que enfrenta dificuldades semelhantes aos pescadores e também depende de apoio para garantir a continuidade de sua atividade. É essencial que haja uma revisão das políticas públicas para incluir o agricultor em um programa de seguro mais robusto, capaz de oferecer segurança diante dos desafios únicos da produção agrícola na região amazônica. Por isso, reivindicar igualdade de direitos entre pescadores e agricultores, com a ampliação da cobertura de seguros para os pequenos produtores agrícolas, é uma questão de justiça e de reconhecimento da importância desses profissionais para a economia e a segurança alimentar do Estado. Dinheiro tem, é só ver o alto índice de desvio de recurso público. Se tem para corrupção, tem que ter para o agricultor também.

THOMAZ RURAL