Opinião/Informação:
Não consigo entender como esse tema não entrou em pauta nas eleições de Manaus. Com 65,6% da população vivendo na pobreza, o combate ao desperdício de alimentos sequer foi debatido. Todos sabemos que, sem alimento, adoecemos, não conseguimos trabalhar nem estudar. Com o estômago vazio, aumentam as idas aos hospitais. Sem contar o impacto na violência, pois nenhum pai quer ver seu filho passando fome, o que muitas vezes leva a caminhos errados. O desperdício de alimentos ocorre no campo, no transporte e na comercialização, e só nas feiras de Manaus estima-se que sejam descartadas toneladas de alimentos ainda em condições de consumo. Esse desperdício, se coletado e distribuído adequadamente, poderia aliviar a situação de milhares de famílias manauaras.
Nas residências também há desperdício, mas, focando apenas na comercialização, o que for arrecadado já pode ajudar milhares de manauaras nas ruas e nos programas sociais.
Não é necessário reinventar a roda. Basta fortalecer o programa já existente, conduzido pela SEPROR e criado no governo Wilson/Petrucio (minha ideia), que precisa ganhar corpo e volume. Já existe legislação específica, aprovada pela ALEAM. O SESC possui o programa Mesa Brasil, que atua nessa linha e já dispõe de armazém. A Prefeitura de Manaus administra mais de 40 feiras na cidade. Basta unir forças e desenvolver um grande programa de captação, triagem e distribuição, além de outras ações paralelas que podem ser implementadas.
Lembrei desse assunto após o recente evento em Brasília, com o título “Perdas e Desperdício de Alimentos”. Em síntese, produzir já é difícil, mas é inaceitável jogar fora alimentos que podem ser perfeitamente aproveitados e distribuídos, garantindo a segurança alimentar de muitos manauaras.”
THOMAZ RURAL