Correto o jornalista! Parabéns!

Opinião/Informação:

Mais um artigo do jornalista Juscelino Taketomi. Cada dia mais amazonenses estão acordando para o “papel” dessas ONGs no Amazonas. Já chegamos a 65.6% de famintos, se nada mudar, breve bateremos os 70%.

THOMAZ RURAL

É mais do que óbvio dizer que o Amazonas enfrenta uma das crises mais sérias da sua história recente, com uma seca desproporcional e impactos profundos em sua economia e nas condições de vida da população.

Em tal cenário, o processo de resgate da BR-319, uma rodovia estratégica entre Manaus e o Sul e o Sudeste do Brasil, deveria ser uma prioridade absoluta. Mas não é. O que se vê é uma desconexão entre o discurso de desenvolvimento sustentável de algumas Ongs que atuam na região e as demandas reais do estado e sua população.

Sabe-se que Ongs como o IDESAM (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia) e a FAS (Fundação Amazonas Sustentável) têm sido amplamente aquinhoadas com repasses financeiros internacionais, repasses que muitas vezes superam os recursos direcionados a instituições públicas como a FAPEAM (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas).

Farra de milhões

O IDESAM e a FAS arrecadam quantias vultosas, como os R$ 150 milhões em projetos de créditos de carbono e os R$ 78 milhões repassados por um banco alemão à FAS, mas a FAPEAM conta com míseros R$ 1,3 milhão para um edital de pesquisa científica voltada à inovação.

Tamanha disparidade financeira coloca em tela um problema maior: o uso desses recursos está realmente atendendo às demandas urgentes do Amazonas?

Ora, se a BR-319, imprescindível para o desenvolvimento econômico do estado, permanece sem a revitalização devida, as Ongs mantêm-se caladas em relação a essa causa, completamente mudas, como quem come o abiu mais globoso.

Elas se comportam como se a infraestrutura e o crescimento econômico da região fossem ignorados em favor de uma agenda que, embora travestida de sustentabilidade, parece dissociada das necessidades de desenvolvimento integrado do Amazonas. Um crime.

A CPI do Senado

A recente CPI do Senado Federal sobre as Ongs enfocou questões bombásticas sobre a transparência e eficiência no uso de recursos estrangeiros.

O fato de que os valores destinados a essas organizações podem não ser bem fiscalizados e, muitas vezes, não revertem diretamente em melhorias para a população amazônica, agrava a situação. As Ongs atuam em áreas críticas, mas sua omissão em temas como a BR-319 provoca dúvidas sobre suas prioridades.

A BR-319 é um dos principais caminhos para o Amazonas romper seu isolamento econômico. Ao conectar a capital, Manaus, aos principais mercados do país, ela permitiria não só a circulação de bens e serviços, mas também estimularia novos investimentos e projetos de infraestrutura.

No entanto, enquanto o estado sofre com o desabastecimento e a seca, vemos uma falta de mobilização das Ongs em relação a causas de extrema relevância para a região.

Por isso o apoio das Ongs a projetos ambientais deve ser visto com um olhar crítico quando os mesmos não incluem, em sua pauta, o desenvolvimento de infraestrutura básica que contemplaria milhões de pessoas.

O financiamento internacional que chega a essas organizações deveria ser também dirigidos a iniciativas que realmente contribuam com a vida dos amazonenses, como a total restauração da BR-319.

Recursos com equilíbrio

É fundamental que as instituições públicas estaduais, como a FAPEAM, sejam fortalecidas e recebam mais recursos, tanto nacionais quanto internacionais.

O desenvolvimento científico e tecnológico da região, a criação de soluções inovadoras para o combate às mudanças climáticas e à preservação ambiental, só serão possíveis se os recursos forem alocados de maneira equilibrada e transparente, beneficiando as instituições locais.

É urgente que haja uma revisão na forma como os repasses são feitos e como esses recursos são aplicados.

Se queremos um Amazonas forte e capaz de lidar com os desafios climáticos e econômicos que o afligem, a revitalização da BR-319 e o fortalecimento das instituições públicas do estado devem ser tratados com a mesma urgência que a preservação da floresta.

O futuro do estado não pode depender apenas de recursos estrangeiros destinados a Ongs, cujas prioridades parecem cada vez mais distantes das demandas maiores do povo amazonense.

O banco alemão

Nada contra o banco alemão que repassou uma montanha de recursos para a Fundação Amazonas Sustentável. O KfW é uma instituição financeira que atua em projetos de desenvolvimento sustentável em diversas regiões do mundo, incluindo a Amazônia.

Os recursos repassados por esse banco são geralmente voltados para iniciativas de conservação ambiental, manejo sustentável de recursos naturais e programas voltados para comunidades ribeirinhas e indígenas na região amazônica.

O financiamento do KfW à FAS está ligado a projetos de proteção da floresta amazônica e promoção de atividades econômicas sustentáveis, em especial no contexto de programas como o ARPA (Programa Áreas Protegidas da Amazônia).

Entendo que a parceria entre o KfW e a FAS deva ser parte de um esforço internacional para preservar a Amazônia, porém, observo que a alocação de grandes montantes para Ongs exige luzes sobre a distribuição de recursos e o papel das instituições públicas regionais no gerenciamento desses fundos.

Aleam e bancada federal

Além da nossa Assembleia Legislativa (Aleam), a bancada federal amazonense no Congresso Nacional está na obrigação de se preocupar seriamente com a questão dos recursos estrangeiros destinados às Ongs que atuam na Amazônia.

Esse é um tema de grande relevância, que, inclusive, não pode valer só para o Amazonas, mas para toda a região amazônica, dada a importância estratégica, ambiental e econômica que ela representa para o Brasil e para o mundo.

A atuação de Ongs, muitas vezes financiadas por instituições internacionais, gera preocupações que envolvem a soberania nacional e o controle sobre os recursos naturais.

É necessário que haja uma investigação rigorosa acerca das intenções por trás desses financiamentos e a transparência na aplicação dos recursos.

Embora algumas ONGs façam um trabalho razoável na preservação do meio ambiente e no apoio às comunidades ribeirinhas e aos povos indígenas, há uma crescente desconfiança quanto ao papel de outras dessas organizações e à influência que agentes externos possam exercer sobre as decisões políticas e econômicas no Brasil.

Interesses ocultos

A bancada federal amazonense pode não só debater essa questão de forma mais abrangente, mas também propor mecanismos de fiscalização e controle mais efetivos sobre os recursos estrangeiros, assegurando que o trabalho das Ongs esteja alinhado com os interesses nacionais e regionais.

Também urge promover políticas públicas que incentivem a preservação da Amazônia por meio de iniciativas locais, fortalecendo o papel do governo brasileiro no desenvolvimento sustentável da região, sem depender excessivamente de recursos externos, que podem vir acompanhados de interesses ocultos.

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