Opinião/Informação:

Recebi comentário de leitor do BLOG, que é conhecedor da área, sobre essa manifestação da SEMA publicada ontem (17/08) no PINGA FOGO, SIM&NÃO de ÁCRITICA (imagem abaixo). A mensagem do leitor, ao ler o publicado, dizia “Thomaz! parece piada, infelizmente”, completou dizendo “…esse mundo deslumbra o povo, acesso fácil à Globo, viagens internacionais, consultorias sem fim…”. Eu fico espantado com a cara de pau, com o descaso com o povo mais humilde do meu estado, e inaceitavelmente com o silêncio do executivo e do legislativo (eleitos pelo povo), em especial da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. Na nota da coluna PINGA FOGO, a SEMA afirma que “…as reservas já foram vendidas às empresas...”. E que a tal consulta que trava a BR-319, Mineração e outras atividades econômicas do Amazonas “...ocorrerá pós-venda..”. Contudo, no caso do crédito de carbono, as “…companhias é que farão a consulta…”, ou seja, reservas já vendidas sem consulta, que será feita pelas empresas com nomes em outro idioma. Será que é isso mesmo? Eu estou assustado com essa declaração e o silêncio das autoridades. A própria SEMA fala em MPF que recentemente mandou parar tudo. O desgaste para o governador tem sido grande, venho avisando! Quer dizer que as reservas já foram vendidas SEM CONSULTA? É inacreditável, como disse o leitor, “é piada“. Muita, mas muita pena do nosso caboclo que espera remando por dias melhores. O espaço continua aberto para quem quiser se manifestar.

Alguns lembretes de alguns assuntos ligados à área ambiental pública e privada do Amazonas:

• Nunca houve interesse em fazer o ZEE do Amazonas. O foco é continuar engessando o estado como aconteceu recentemente com a doação de 15 mil hectares (equivalente a 21 mil ARENAS DA AMAZÔNIA) para o SAUIM DE COLEIRA
• Acho que em 2008, nasceu a ONG FAS com 20 milhões dos cofres públicos. Quem assumiu o comando foi ex-secretário de meio ambiente do Amazonas;
• A ONG Idesam nasceu e foi comandada por estagiário que passou alguns meses na SEMA, voltou para SP, depois retornou para comandar a ONG. Essa ONG está tomando conta dos mais de 100 milhões das indústrias do PIM/ZFM (P&D e PPBio). A Suframa já sabe disso, mas não sei o que vem fazendo. Ficou de fazer levantamento. Essa ONG, assim como a FAS, são contra o asfaltamento da BR-319 que prejudica toda a economia do Amazonas e o povo que quer passear e conhecer o Brasil de forma mais econômica;
• A incompetência da área ambiental pública é tão grande que todos os novos empreendimentos no Amazonas são paralisados por falta de CONSULTA aos indígenas, povos e comunidades tradicionais. Todo comunicado do MPF fala na falta de consulta, inclusive sobre o crédito de carbono;
• Mas a Reserva do SAUIM foi feita sem consulta;
• O Bolsa Floresta, que mudou de nome recentemente, pagou R$ 50 reais por longos 14 anos para menos de 1% do público que merecia ser atendido;
• Qual o sentido do governo estadual repassar esse recurso para um ONG fazer esse pagamento? Tem que pagar direto…
• Na CPI das ONGs, o titular da FAS disse que gastou milhões com “assistência técnica”. Até hoje não sabemos quem recebeu esse dinheiro. Minha esperança é o senador Plínio Valério fazer com que essa informação seja pública, porque este espaço sempre esteve aberto e nada recebeu. Estranho nem a Comissão de Meio Ambiente da ALEAM cobrar o destino desses recursos. Idem a Comissão de Agricultura e de economia;
• R$ 78 milhões do banco alemão estão indo para FAS, quando deveria ter ido ao governo. Vejo o governo anunciando uso desse recurso para ações de combate a queimadas. Pergunto: Qual a razão desse “meio de campo”? Esse recurso era pra ter ido direto ao Estado, ao caixa do Estado, e não para uma ONG sem qualquer estrutura para operar aqui, no Pará e quem sabe no Peru. Até lançou edital para contratar gerente para controlar os 78 milhões. Lembrando que o banco alemão conversou com o IDAM (registro no site), gostou da estrutura do IDAM, mas o dinheiro foi para a FAS. Qual a razão?
• Até hoje nosso caboclo não ganhou um centavo de crédito de carbono, REDD+ e Concessão Florestal. Aliás, já travados por falta, novamente, de CONSULTA PÚBLICA.
• O relatório final da CPI das ONGs destaca uma ligação público/privada na área ambiental que precisa ser avaliada:
• Por fim, os assessores diretos do governador Wilson Lima, talvez não saibam, porque não estavam na transição de governo (eu estava), o governador assumiu em 2019 com metade do estado passando fome. Fazendo o mesmo, com os mesmos, não poderia ter resultado diferente. Hoje, já estamos com quase 70% nessas condições de pobreza. E tem mais: se os ex-governadores, responsáveis por metade do estado passando fome em 2018, não forem aliados do Wilson na eleição de 2026, vão colocar toda a miséria do Amazonas no colo dele;

Fazendo minha parte, não tenho a caneta. Só lamento muito que tudo isso reflete na saúde, educação, segurança, importação de alimentos, pouca produção de alimentos, emprego e renda na capital e interior. Tudo isso é igual a FOME.

THOMAZ RURAL