Isso foi há 10 anos, no Rio, com a presença de membros da Universidade de Berlim, e nada mudou….

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Esse encontro fez 10 anos (em outra postagem falei 12, mas errei). Foi em 2012, no Rio de Janeiro, foi um “matchmaking” (bem que poderiam ter usado termo em português) acho que no Hotel Windsor. Ainda estava na Conab do Amazonas, e fui convidado, pela diretoria da Conab, para acompanhar as competentes amigas e técnicas da Conab Brasília/Matriz, Kelma e Ianelli. Confesso que estávamos até certo ponto nervosos diante da alta seletividade do público, mas aos poucos fomos ficando cada vez mais consciente de que nosso conhecimento de Amazonas, embora pequeno, era de vital importância e de desconhecimento desse seleto público da nossa dura realidade, a do povo que manteve a floresta em pé.

Na plateia, representantes de alguma (s) universidades de Berlim.

Nos meus slides, e o da Ianelli, fica fácil perceber que mostramos aos presentes as dificuldades enfrentadas no Amazonas (dimensão geográfica do estado, acesso ao crédito e a política de preço mínimo da sociobiodiversidade).

Já em 2010, falávemos em sociobiodiversidade, os entraves para a subvenção chegar na ponta. O evento tinha tradutor, mas foi possível perceber que os presentes ficaram, em especial os alemães, ficaram impressionado com o que viram.

Apresentamos slides mostrando a pesca do pirarucu de manejo, o envolvimento das famílias, incluindo crianças que deveriam estar em sala de aula, e vídeo cedido pelo amigo Rigoberto mostrando a longa caminhada que esses pescadores faziam pela mata para levar o gigante pirarucu.

Mudou alguma coisa nesses dez anos? Se mudou, foi muito pouco, nada representativo. Recentemente vi no site da SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) um “tobogã de pirarucu” todo improvisado sendo divulgado como se fosse algo que pudesse ser comemorado. Um absurdo, e prova de que nada mudou.

É o que sempre tenho dito, chega de intermediários, os recursos financeiros de países que querem nos ajudar e que são beneficiados pelos “rios voadores” e nossa floresta em pé tem que ir direto pra conta dos que ainda estão na floresta, e para recuperar o meio ambiente aqui na CAPITAL, em especial nossos igarapés.

Chega de falar em crédito de carbono, REDD+, serviços ambientais…comecem pagando esses “serviços ambientais” aos manejadores de pirarucu que deixaram de receber a subvenção federal ano passado. Mais de um milhão que ficou pendente da safra 2021.

Volto a repetir, no site da CONAB tem o nome deles e o CPF. Se fizerem isso vou começar a acreditar na defesa do HOMEM, caso contrário, fico triste, mas não perco a esperança.

Não foi nenhum deputado estadual, federal, senador ou governador que iniciou a luta pra incluir o pirarucu de manejo na PGPMBio, fui EU e meus colegas da CONAB Amazonas e Brasília que percebemos a péssimo remuneração do pescador artesanal.

A deputado federal Conceição Sampaio ouviu, mudou a legislação para incluir produto animal e o pirarucu entrou.

Mas na hora de pagar não tinha dinheiro, e aí….vai ficar assim mesmo?

THOMAZ RURAL

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