Opinião do BLOG
“Sustentabilidade é usado pra tudo hoje, menos pra pôr em prática o que tem que ser feito“. É isso mesmo Karine Araújo, você tem total razão.
Até hoje, a Conab continua comprando sacaria de plástico pra ensacar o milho do Programa de Vendas e Balcão em todo o Brasil, mas internamente, nas regionais e matriz, o que é CORRETO, devem estar fazendo campanhas para evitar copo descartável, descarte correto no lixo, entre outras coisas.
Tenho certeza que a indignação da Karine é ainda mais forte em razão do trabalho acadêmico que fez com a cadeia das fibras naturais do Amazonas, com os juticultores e, também, pela sua efetiva participação na Câmara Setorial Nacional de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura onde o assunto é regularmente pautado, e tem o competente amazonense Muni Lourenço na presidência.
Como visto, o assunto é antigo, nasceu em uma das reuniões da Comissão de Meio Ambiente da ALEAM, num bate papo meu com o ex-deputado Luiz Castro. Também já foi defendido pelo Dermilson Chagas no mandato passado.
Gostaria de saber qual foi a entidade privada ligada ao meio ambiente que atua na região Norte que já demonstrou, a partir de 2013, formalmente, apoio a essa substituição do plástico pelo de fibras naturais ao Governo Federal? Logo que receber esse documento vou divulgar e agradecer, mas acho difícil aparecer. Como disse a Karine, não adianta falar em sustentabilidade e não por em prática.
Além de ser uma medida já aprovada pelo Governo Federal, é sustentável, e ajuda a resgatar uma atividade que garante renda e alimento para milhares de agricultores familiares no Amazonas.
Eu, Antonio, Nélio e Juscelino, ex-gestores da Conab, sempre defendemos o uso de sacaria biodegradável no Vendas em Balcão do Amazonas. Não conheço a opinião da atual gestão da Conab/AM. Aliás, a Câmara Setorial Nacional de Fibras Naturais do MAPA aguarda, há meses, quase um ano, uma nota técnica da regional do Amazonas se posicionando sobre o assunto.
Aliás, nem sei a razão de esperar por essa demorada, lenta e complexa NT já que o assunto já foi aprovado, anos atrás, em reunião de diretoria da CONAB/PRESI, e discutido no MAPA com a presença de TCU e CGU. O ponto base desse assunto é a magnífica NOTA TÉCNICA e defesa feita pelo ex-analista da Conab, hoje consultor IVO NAVES. Aliás, NT construída, no passado, com total apoio da regional da Conab no Amazonas.
A bancada federal do Amazonas, em tempos de queimadas, desmatamento e sustentabilidade, deveria cobrar do MAPA/CONAB que, pelo menos na região mais preservada do mundo, a opção seja por “COMPRAS SUSTENTÁVEIS” mesmo que o preço seja diferenciado. Sugiro que a bancada federal conheça o documento publicado pela Karine em sua postagem. Sugiro, também, que a bancada federal entre em contato com o presidente da Câmara Setorial de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura, Muni Lourenço, pois tem conhecimento total sobre o assunto.
THOMAZ RURAL