Um dos principais ingredientes da culinária do estado do Amazonas, o tambaqui é o peixe originário do país que tem a maior produção em cativeiro no Brasil. Para contribuir com a melhoria na produção de tambaqui, a Embrapa Amazônia Ocidental promoveu o curso “Cultivo de tambaqui em tanque escavado”, nos dias 11 e 12 de julho, na sede da empresa, em Manaus. A capacitação é mais uma ação do projeto Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento da Piscicultura no Estado do Amazonas – Peixe-Pró, que faz parte do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia (PIAmz), financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ministrado pelos pesquisadores Roger Crescêncio e Antônio Cláudio Uchoa Izel, o curso abordou diferentes aspectos relacionados ao cultivo do peixe, apresentando recomendações técnicas já validadas pela pesquisa e que vêm sendo adotadas por produtores. Segundo Crescêncio, o estado do Amazonas possui excelentes características para a piscicultura, como clima quente o ano inteiro, abundância de água, solos impermeáveis e um grande mercado consumidor. Porém, de acordo com o pesquisador, para o produtor obter uma boa rentabilidade com a atividade é necessário planejar a atividade, adotar práticas de manejo recomendadas e administrar a atividade de forma profissional.
Nesse sentido, o primeiro dia de curso foi reservado para atividades teóricas, com informações abrangendo desde a escolha do local para a implantação dos tanques, a recepção de alevinos, a engorda dos peixes, os tratos nutricionais e a despesca. “A utilização de tecnologias já testadas pela pesquisa e uma boa administração do negócio são essenciais para que o produtor obtenha sucesso, rentabilidade e possa transformar a piscicultura em sua principal atividade econômica”, ressaltou o pesquisador. Já o pesquisador Antônio Cláudio Uchoa Izel ressaltou que boa parte das pesquisas com tambaqui foi realizada em áreas de produtores, possibilitando, assim, que as recomendações e tecnologias geradas estivessem dentro de um sistema já voltado para a produção comercial.
No segundo do dia do curso foram realizadas atividades práticas. O pesquisador Roger Crescêncio demonstrou como são feitas algumas análises essenciais para a condução da atividade. Entre elas, o controle da qualidade da água, dentro dos parâmetros estabelecidos pela pesquisa para um bom desenvolvimento dos peixes. Crescêncio fez demonstrações de como utilizar os kits existentes no mercado que avaliam, entre outras coisas, os níveis de acidez da água. Também foram feitas demonstrações de como medir o oxigênio nos tanque e como avaliar questões relacionadas à sanidade dos peixes.
Para o casal de produtores Wilmar Ferreira e Josinete Nogueira, a participação na capacitação vai proporcionar ganhos na condução da atividade. Criando tambaqui há cerca de dois anos, no interior do município de Manaus, Wilmar relatou que a condução da atividade até o momento foi feita de forma amadora e por isso sem muitos ganhos econômicos. “Com as informações que tivemos aqui, vamo poder melhor em muito a produção e já estou até pensando em ampliar a produção com a instalação de mais um tanque na propriedade”, disse Wilmar.
Esse foi o terceiro curso realizado pelo projeto Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento da Piscicultura no Estado do Amazonas – Peixe-Pró. Os dois primeiros aconteceram nos municípios de Manacapuru e Itacoatiara. Já estão agendados cursos em Iranduba nos dias 23 e 24 de julho, em Presidente Figueiredo (29 e 30/07) e Benjamin Constant (6 e 7/08). Ainda esse ano serão realizadas capacitações nos municípios de Rio Preto da Eva, Humaitá e Apuí.
Fernando Goss
Jornalista – Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Amazônia Ocidental
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Manaus/AM
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