Opinião do BLOG:
Quero agradecer ao amigo Nilson, engenheiro de pesca, pesquisador do INPA, pelo envio de mais uma matéria destacando o potencial do pirarucu de manejo. Abaixo, vou divulgar o link da matéria, mas antes faço algumas considerações.
- A cada dia fica muito mais evidente o potencial de mercado que tem o nosso pirarucu de áreas manejadas. Essa matéria do SINDRIO é mais uma que comprova essa direção;
- Contudo, a origem de tudo isso, o MANEJADOR/PESCADOR não recebe REMUNERAÇÃO justa no momento de negociar a produção;
- É do meu conhecimento que o custo de produção dessa atividade chega a R$ 10,00 kg, mas desafio alguém mostrar que esse MANEJADOR receba essa valor. Nem R$ 5,00 recebe. Isso não pode continuar, e já está na agenda do governador Wilson Lima e do secretário Petrucio, inclusive com recomendações já encaminhadas, ações que possam melhorar essa renda;
- Já participei de eventos dentro e fora de Manaus com a presença de outros países interessados em ajudar a cadeia, mas até agora não vi mudança no bolso do MANEJADOR/PESCADOR. Ainda não perdi a esperança;
- Espero que a bancada federal, UNIDA, do mesmo jeito que estão fazendo em defesa do PIM/ZFM, defenda a aprovação do projeto da ex-deputada federal Conceição Sampaio que muda a legislação federal para que produtos de origem animal possam receber a subvenção federal. O projeto já está no senado. Esse é um caminho para a inclusão do pirarucu de manejo na PGPMBio, e que reúne todas as condições para amenizar a questão renda ($$$) no bolso do manejador/pescador/extrativista. Posso arriscar que essa cadeia emprega mais do que o PIM/ZFM;
- Quanto aos programas de compras públicas do estado e do governo federal, criados para o pequeno produtor rural, incluindo o pescador/manejador/extrativista e grupos formais (associações e cooperativas) precisam comprar mais desse público, sendo as empresas privadas, por possuírem o SIE, apenas beneficiadoras remuneradas dessa produção. Esse mercado público foi criado para o agricultor familiar, pescador, piscicultor e extrativista em razão das naturais dificuldades de acessarem os mercados privados;
- Se não dermos esses passos, essa cadeia pode até continuar, crescer, gerar lucro/renda para vários atores da cadeia, incluindo os restaurantes e bares do RIO, mas o MANEJADOR/PESCADOR vai continuar defendendo a floresta em pé, mas vivendo em condições não tão favoráveis, ou seja, sem dinheiro no bolso, na pobreza;
http://www.sindrio.com.br/2019/04/projeto-gosto-da-amazonia-conheca-o-pirarucu-de-manejo/