Produtores rurais de Presidente Figueiredo (AM) receberam da Embrapa Amazônia Ocidental cartilhas sobre boas práticas agrícolas na cultura do cupuçuazeiro, em evento realizado no dia 29, nas dependências do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) do município. O evento marcou o lançamento oficial das duas cartilhas que apresentam práticas de manejo para o combate de dois dos principais problemas enfrentados pelos agricultores que prozem cupuaçu na região Norte: a vassoura-de-bruxa e a broca-do-fruto. Também participaram da solenidade representantes da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), da superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Prefeitura Municipal de Presidente Figueiredo.

         A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental Aparecida Claret de Sousa ressaltou que a publicação dessas cartilhas fazem parte de um projeto mais amplo para o fortalecimento da produção de cupuaçu no estado. Segundo ela, estão sendo desenvolvidas ações de pesquisa e de transferência de tecnologia que têm como objetivo aumentar a produtividade do fruto e também a renda dos agricultores. As duas cartilhas são fruto do projeto “Pesquisas e Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento da Cultura do Cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas”, liderado pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), financiado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e com apoio da Sepror.

         Para o assessor da Sepror, Thomaz Meirelles a edição da cartilha, além de ser uma ferramenta para os produtores, também será utilizada por técnicos da extensão rural. “Unir esforços em parcerias como essa, que envolvem diferentes instituições como a Embrapa, a Fapeam a Sepror e o Idam, é o caminho para que possamos desenvolver o setor primário do estado, com produção em maior quantidade e qualidade”, ressaltou.

As cartilhas foram elaboradas de forma didática e objetiva, com muitas ilustrações, visando uma fácil compreensão pelos públicos a que se destinam. Nelas são mostrados os ciclos de vida tanto da vassoura-de-bruxa como da broca-do-fruto e boas práticas agrícolas que podem evitar a o surgimento dos problemas ou impedir que se alastrem depois de identificadas em uma área de cultivo. “Tanto a broca-do-fruto, que é um inseto como a vassoura-de-bruxa, um fungo, se espalham muito facilmente. Por isso é muito importante que os produtores façam um controle para que não atinjam outras áreas de sua propriedade e mesmo de seus vizinhos”, disse a pesquisadora.

         A produtora Izabel Gomes dos Santos, da comunidade Jardim Floresta relata que depois que passou a adotar as práticas de manejo recomendadas pela Embrapa, os perdas de decorrência da praga e da doença diminuíram bastante. Segundo ela, desde que começou a trabalhar com cupuaçu, boa parte da produção era perdida, principalmente em virtude da broca-do-fruto. “Depois que passei a adotar certas práticas, como dar uma destinação correta aos frutos já contaminados, minha produção aumentou bastante sem precisar plantar mais árvores”. Na propriedade de Izabel está instalada uma das Unidades de Referência Tecnológica do projeto de desenvolvimento da cultura do cupuçuazeiro.

O projeto de desenvolvimento da cultura do cupuaçuzeiro no Amazonas abrangeu ações integradas entre a pesquisa, a extensão e os agricultores. De acordo com a pesquisadora Aparecida Claret de Souza, líder do projeto, entre os objetivos estão ações inovadoras de pesquisas para o controle da broca-do-fruto e da vassoura-de-bruxa, problemas que afetam a produtividade da cultura no estado. Entre as ações desenvolvidas está a instalação de Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) em áreas de produtores, utilizando cultivares desenvolvidas pela Embrapa e também disseminando boas práticas de manejo. Outro ponto importante do projeto diz respeito à capacitação dos produtores e técnicos de Ater. O projeto está sendo desenvolvido em rede, em parceria entre Unidades da Embrapa no Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental), Rondônia (Embrapa Rondônia) e Brasília (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e o Idam.