Eu usaria esses R$ 32 milhões de outra forma.
Primeiramente, observei que a matéria do EM TEMPO só fala na secretaria de obras (SEINFRA), não toca na SEPROR, portanto, não sei se a SEPROR concorda com esses R$ 32 milhões focados em Humaitá, na SOJA. Também quero deixar claro que concordo, plenamente, com a produção de SOJA e MILHO nos campos de Humaitá, sem novos desmatamentos. Aliás, a iniciativa de anos atrás não deveria ter parado, certamente hoje já estaríamos em outro nível, mas nunca é tarde para começar, aliás, recomeçar. Não podemos negar que tudo isso que vem acontecendo com a SOJA em Humaitá envolve, pelo que sei, pelas matérias que li, apenas um produtor, que certamente não é pequeno produtor pelo volume que investiu nesse primeiro experimento que, felizmente, deu certo. Todos nós sabemos que SOJA não tem problema de mercado, VENDE TUDO. Tanto é que o Governo Federal não tem um grão em estoque (foto abaixo). Também é bom dizer aos nossos criadores rurais que pelo menos nos primeiros anos a safra de soja não vai atender o Amazonas. Vai tudo pra fora, o próprio produtor fez esse afirmativa. E o que foi colhido agora foi para Rondônia. Em síntese, sou torcedor pelo sucesso da produção de SOJA e MILHO em Humaitá, mas esses R$ 32 milhões deveriam ir para outras cadeias do setor primário do Amazonas com foco na agricultura familiar (98% são agricultores familiares no AM) Quem planta SOJA tem como se virar sozinho, é grande produtor com acesso facilitado aos agentes financeiros, diferente dos 98% da AF. O Amazonino deveria focar esses R$ 32 milhões em cadeias produtivas regionais que envolvem o agricultor familiar e, certamente, um público bem maior. Eu faria o seguinte com esses R$ 32 milhões….
1) Com menos de R$ 3 milhões o estado resgata a cadeia de fibras (compra sementes, paga a subvenção e apoia o PIT MALVA). E tem mais, esse dinheiro vai voltar ao cofre público quando as indústrias venderem a produção beneficiada (imposto);
2) Colocaria o Terminal Pesqueiro de Manaus, assim como as indústrias de Maraã e Fonte Boa para funcionar beneficiando milhares de pescadores, manejadores e piscicultores;
3) Colocaria a Usina de Beneficiamento de Borracha de Iranduba para funcionar beneficiando centenas de seringueiros e a indústria de pneus instalada em Manaus;
4) Colocaria a Central de Abastecimento de Iranduba para funcionar construindo agroindústrias para uso coletivo de grupos formais;
5) Voltaria a comprar sementes de hortaliças e grãos para distribuir aos agricultores familiares;
6) Priorizaria o asfaltamento de ramais e vicinais produtivos e com maior número de agricultores familiares. O anel viário para o “cinturão da soja” ficaria para outro momento;
Tem muito mais, mas fico por aqui!!
Divulgo, abaixo, imagens que ilustram os itens acima. Começo com o estoque público datado de ontem, dia 24, mostrando que não tem SOJA no estoque do Governo Federal, ou seja, tudo que é produzido é vendido aqui e no exterior. Não precisa de GOVERNO.
Na sequência vem a usina de borracha (parada), a Central de Iranduba (parada), Terminal Pesqueiro (parado), Indústria de Maraã (parada) e um ramal do Rio Preto da Eva em péssimas condições, inclusive com produtores orgânicos.
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